segunda-feira, 11 de maio de 2015

Talvez eu inicie dizendo que fiz uma viagem no tempo, para descobrir quem sou. Como investigadora, bem no estilo Sherlock Holmes, saí à procura de mim mesma com uma lupa. Como num labirinto, descobri que não se pode reviver o passado, muito menos trazê-lo para o presente. Comparo esse movimento como uma caminhada numa floresta escura sujeita a muitos perigos. De fato, caminhei nessa floresta e tropecei numa pedrinha insignificante, daquelas que nem imaginamos o estrago que elas causam. Levei um tombo violento. Não sabia que essa caminhada seria tão difícil.

Tive que aprender a criar vínculos com meu mestre Jeová Deus. O que pedi a ele não foi nada além de sabedoria.

Aos poucos fui me redescobrindo nos farrapos da memória. Tive que ser amante da sabedoria, não havia outro jeito de me descobrir sem buscá-la. Se eu não fizesse isso, fatalmente ela poderia lançar-me à maldição da esfinge: "decifra-me ou devoro-te." Teria que tornar-me filósofa.

Não havia outro jeito a não ser decifrá-la. Pedi socorro a Platão, Rousseau, Freud, Jung, Dostoievski, Tolstoi, Balzac, os dicionários, as gramáticas, os teóricos, os livros de poesia, os juvenis, os infantis...

Precisei tecer uma história própria, e assim como Sherazade, fui ardilosamente narrando para ganhar mais um dia de vida. Era preciso narrar para não morrer. É necessário reconhecer a força das palavras, que podem curar e machucar, acariciar e golpear, acalentar e maltratar, dar a vida ou promover a morte.

Como diria Tasurinchi (O Falador- Mario Vargas Llosa), aos índios machiguengas:" é necessário andar para não morrer". Por isso, resolvi continuar as investigações, em nome de minha própria felicidade.

Descobri que estava no caminho certo...

Mas narrar não é tarefa fácil. Seria necessário captar a essência da histórias alheias, me apropriar dos sonhos das pessoas, fazer uma solução delas, bebê-las como se fosse vinho e então contá-las. Então, pela primeira vez, senti uma vontade alucinada de contar histórias. Pela primeira vez, a minha consciência me dizia e aconselhava a contar histórias. Senti que minha investigação estava ganhando corpo, forma, estava finalmente enraizando. Se bem que a fase de assimilação é a mais difícil... Comecei a ter dúvidas, medos. Mas precisei vencê-los... Me tornei contadora de histórias!

Para ser uma contadora de histórias é preciso habitar o sonho de outras pessoas. É uma responsabilidade e tanto tal realização, pois isso significa entrar em cada coração. A porta do humano não pode ser forçada, é preciso abri-la do lado de dentro, senão ninguém o poderá fazer.

Entendi também que é necessário sonhar... Os surrealistas confirmam: o poeta enquanto dorme, trabalha...

Precisei vencer obstáculos, ultrapassar barreiras, enfrentar velhos fantasmas, monstros, dragões. Fui para a frente de batalha para manusear uma leve e suave pena. Chegar à simplicidade não é tarefa fácil. Lutei e quase desisti. Mas descobri que a capacidade de superação dos próprios limites é ilimitada.

Por isso lembrei-me das palavras de um amigo: "quando pensar que viver é muito difícil, pense na dor da borboleta sente quando, ao sair do casulo, ela tem que abrir as asas pela primeira vez. Abrir as asas, nesse momento, é a condição que a natureza impôs a ela para a sobrevivência." Descobri que eu era capaz de superar meus próprios limites e me surpreendi com isso. Ó delicioso voo. A vida pode ser difícil, mas se torna bela quando encontramos o sentido em suas entrelinhas.

Por isso, me apaixonei pela palavra escrita... Vou contar uma história que exemplifica essa paixão.

Certo dia encontrei um senhor e sua filhinha numa bicicleta. Não era uma cena comum, tampouco aquela bicicleta, ela tinha algo de especial. Uma aura de mistério a envolvia, parecia que flutuava em um jardim de flores perfumadíssimas em direção às estrelas. A menina ia numa cestinha. E ele contava-lhe histórias.

Ouvi-lhe dizendo: "Filhinha, sonhar é muito importante!"

Dizia um sábio muito sábio: "Aquele que é destro na sua palavra, é perante reis que ele se postará".

Talvez ainda não tenha descoberto quem sou eu, mas estou certa de algo. Que tenho braços maiores que podem envolver o mundo. Posso enriquecer a minha vida e a de várias pessoas através das histórias. É necessário sonharmos juntas... viajar... voar... Dar espaço para as surpresas resultantes do Era uma vez...

Talvez tudo isso se chame AMOR. Amar é construir um mundo de possibilidades harmoniosas e justas. É o bem querer.

Cada ser humano é um baú de tesouros ocultos, nosso coração é um oceano profundo de emoções, nossa imaginação é uma caixinha de mistérios.

É encantando-me e deixando-me encantar, habitando o sonho do outro e multiplicando-o que marca apenas o início da jornada.

1,2,3... Então inicia-se a minha história!

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Hoje no Quem conta um conto aumenta um ponto tem a presença especial de duas pessoas espetaculares: Penélope Martins e Karin Krogh!
Não sei se você se lembra, Penélope, de um comentário que fiz no blog Toda hora tem história. Talvez não, afinal, já faz um ano...

terça-feira, 31 de março de 2015

Amanhã eh quarta, sempre foi meu dia favorito, meio da semana, nem pra cá, nem pra lá. Agora às quartas, obrigatoriamente e quase nada, religiosamente tenho um encontro com duas amigas quase irmãs. Já falei várias vezes o quanto gosto das pessoas, de pessoas. Sigo gente na rua para ouvir a conversa se for interessante, adoro abraço, adoro gargalhada. Um dia desses quase não subo a Augusta de tanto rir com uma amiga. Sabe que este negócio de facebook, whatsapp eh super prático, profissionalmente eh um belezura mas cansa...... ainda sou daquelas que prefere um bate papo regado a cerveja num bar do que uma conversa virtual, sou daquelas que se precisam eu largo tudo e vou, sou daquelas que não enrola. A minha sorte eh ter amigos que compartilham estes pequenos prazeres. E amanhã eh dia deles.

kkkkkkkkkkkkkkkkkkk, Penélope, minha mãe amou a sua crônica. De quando existia o Petromax. E quando existia cadeeiro em noite de festa em que se dançava forró até o sol raiar. E a criançada se divertia, brincava de roda, esconde esconde, pata cega, passa anel. Minha mãe tinha um primo, o Orlando que contava histórias da tia onça, do coelho, do gigante alado, curupira. O mais gostoso era tomar banho de igarapé, de noite e de dia, sem preocupação. Quando existia o cine Olímpia, e que o vestido virava embalagem de bala de goma, para se entreter enquanto se assistia as aventuras de Tarzan ou Massister. O fogão era de lenha, e as comidas, hummmm, nem se fala. Pamonha, café fresquinho coado na hora. E à noite, sob a luz das estrelas, as histórias…

sábado, 28 de março de 2015

Fim de semana com balanço positivo! Pela segunda vez participei do Conluz, Congresso literário de Luziânia, particpei de oficinas super legais, fiz muitas amizades! Esse interação nos fortalece e mais capazes de tocar projetos, pois não realizamos nada sozinhos. Valeu, foi muito bom!